No dia 6 de outubro uma polêmica reportagem reviveu uma discussão antiga e persistente sobre a cerveja brasileira e sua qualidade. Uma pesquisa da USP revelou o alto grau de utilização de milho nas cervejas.
Essa é a reportagem da USP em 6 de outubro de 2012. Veja o link
Posso afirmar que muitas cervejarias utilizam e podemos verificar em seus rótulos, além de água, malte, lúpulo os cereais não maltados e carboidratos. E para a conservação o uso do estabilizante INS 405 e o antioxidante INS 300 ou 316, e ainda para as cervejas mais escuras o corante caramelo INS150c.
Tudo isso ajuda a criar esse "padrão" de cerveja brasileira, que ainda não tem identidade e que, alguns poucos cervejeiros lutam para mudar esse quadro. Para elucidar o que estou dizendo (comprovar), em 2009 o Físico Rogério Cezar Leite já alertava sobre a baixa qualidade das cervejas de grande consumo no Brasil.
Vou trazer alguns trechos: (O artigo completo, aqui)
"É inexplicável que sejam tão omissas as autoridades brasileiras quando se trata da bebida nacional mais popular e de maior consumo."
"... a cerveja é composta única e exclusivamente por apenas três elementos, cevada, lúpulo e água, tendo como interveniente um fermento. Tradicionalmente, o termo malte designa única e precisamente a cevada germinada."
"...O malte pode substituir a cevada total ou parcialmente. A malandragem começa aqui. Com frequência, lê-se em rótulos de cervejas a expressão "cereais maltados" ou simplesmente "malte", dissimulando assim a natureza do ingrediente principal na composição da bebida.
Com a aplicação desse termo a qualquer cereal germinado, a indústria cervejeira pode optar por cereais mais baratos, ocultando essa opção."
"...sempre que aparece no cenário uma cervejaria que, pela qualidade, pudesse despertar no brasileiro uma eventual discriminação quanto ao sabor das comerciais, era ela acuada por todos os meios possíveis e finalmente absorvida, e sua produção, reduzida ao mesmo nível da mediocridade dos produtos da gigante ANBEV.".
"...Aparentemente, o receio era o de que a população cervejeira, ao ser exposta a diferentes e mais sofisticados exemplos, desenvolvesse algum bom gosto e, consequentemente, passasse a demandar cerveja de qualidade."
"...A cerveja brasileira (com pequenas e honrosas exceções) é como pão de forma: mata a sede, mas não satisfaz o paladar exigente."
"...Outro determinante da baixa qualidade da cerveja brasileira é a adição de aditivos químicos para a conservação. O mal não está só nessa condição, mas na sua necessidade. O lúpulo em cervejas de qualidade, sejam "lagers", sejam "ales", é o componente responsável pela conservação -além, obviamente, de suas qualidades de paladar.
Depreende-se daí que os concentrados de lúpulo usados na cerveja brasileira são de baixa qualidade. O que é inexplicável e de lamentar, entretanto, é que as autoridades brasileiras, tão zelosas para com alimentos corriqueiros, sejam tão omissas quando se trata da bebida nacional mais popular e de maior consumo e permitam que o cidadão brasileiro beba gato por lebre."
Obviamente, ele fala da grande cervejaria AMBEV, pois graças as novas “experiências” e sabores as cervejarias artesanais brasileiras são a boia de resgate nesse país, pois estas artesanais nada devem às importadas.
Esse assunto é longo e não quero criar um post gigante..
Aqui, eles estão por faturar mais, não importa a qualidade, O orgulho de quem fatura mais. Deixo para finalizar, a seguinte questão: Por que as cervejas belgas, inglesas e alemãs que usam lúpulo de boa qualidade não precisam de antioxidantes e estabilizantes?
Um forte abraço
Parece mesmo que você conhece um pppou de cerveja meu caro editor você esqueceu de citar um país que tem uma das melhores cervejarias do mundo: Holanda!
ResponderExcluirBela explicaçao.
ResponderExcluirSou do Sul de Minas e agora que estou trocando o paladar das "cervejas" comum pela Cerveja de melhor qualidade.
E está sendo uma experiência realmente sem comparação.
Heineken, só isso.
ResponderExcluir